Zé Manoel é um pianista e compositor pernambucano que tem em seu repertório influencias de Jazz, Samba e música nordestina. Bem conceituado na mídia, Zé tem aparecido com surpresa em vários festivais pelo Brasil. Seu tom barítono é extremamente agradável aos ouvidos e suas canções navegam em mares "Jobimnianos".
Algumas de suas músicas merecem destaque é o caso de Samba Tem, Saraivadas de Felicidade, Acabou-se Assim (com Carol Costa) e Motivo Número 2.
Navegando por aí pela Internet dei de cara com a banda Nuda. Não me lembro exatamente onde foi que a conheci mas me chamou muita atenção a sua autodescrição de banda com "som indefinível". Pensei logo que deveria ser algo novo e diferente. Mas os som do Nuda é muito mais que isso. É antigo e diferente. O que torna o projeto ainda mais genial. Com a política de disponibilizar o disco de graça pela rede, baixei e não me arrependi.
Já nos primeiros acordes de A Maré Nenhuma dá pra se ter uma ideia do que é a banda Nuda. Uma mistura de várias tendencias num único disco. Podemos ouvir samba, rock, frevo, tango, forró e bossa nova tudo misturado ao som de bons timbres de violão e guitarra.
O disco começa com o samba A Maré Nenhuma que tem uma pegada diferente dos sambas tradicionais. Arranjo simples mais bem equilibrado, traz elementos de samba na parte percussiva e rock no timbre de guitarra.
Toque pra Calhetas transcorre pelos ouvidos com facilidade. Trazendo uma melodia bem doce que se torna suave aos ouvidos e ainda traz uma ginga típica da musica brasileira. Esta letra em particular é bem interessante. Só entende quem conhece a estrada para se chegar bela praia de Calhetas.
Outra faixa que merece destaque é Ode aos Ratos de Chico Buarque. O grupo fez uma releitura bem corajosa, transformando-a num rock nordestino bem pesado. Gosto das guitarras e da interpretação do Raphiro que dá voz a Nuda.
Já em Nome do Homem, podemos ouvir um acordeon bem ao tango argentino mas sem perder a essência do rock. Vale a pena prestar atenção na letra que com certeza é uma das melhores do disco.
Prece da Ponta de Faca é com certeza a mais bossa nova de todas as canções. E também, como as outras faixas do disco, ela está muito longe de ter um estilo tradicional. Senti nela a melhor melodia de todo o disco. Gosto das vozes graves que me lembram o grupo MPB4.
AMARÉNENHUMA é um disco gostoso de ouvir, e deve ser ouvido com calma e alguma atenção.
É isso mesmo que vocês leram no título deste post. Chico vai voltar a cantar.
Segundo notícias da imprensa, o trabalho está praticamente pronto, faltando pequenos ajustes e deverá ser lançado ainda em julho deste ano. Esta semana saiu um vídeo promocional deste novo trabalho.
A banda Seu Chico fez neste último domingo, 12/06/2011, um belíssimo show nos Teatro Santa Isabel e o Blog Dó Com Sétima (C7) foi lá conferir.
Há muito tempo venho esperando a oportunidade de ir a um show do Seu Chico num teatro onde se tem uma boa acústica e um som bem equalizado. Não que um show em baladas, onde eles estão mais acostumados a tocar, seja ruim, mas o clima é bem diferente. Precisava de um local tranquilo onde a gente pudesse ouvir a banda e toda sua riqueza musical sem interferências de garçons, pessoas se esbarrando, sons estranhos ao que deveria vir só do palco, etc...
Logo ao abrir as cortinas, que surpresa boa ver o Vinicius Sarmento entre os integrantes do grupo. Não sabia que ele tinha entrado (de vez) na banda. Este garoto é um monstro no violão. Tem excelente técnica e limpeza em seu som. A banda abre seu show com Ode aos Ratos, feita para o musical Cambaio, e segue com os grandes sucessos de Chico Buarque.
Fiquei bastante impressionado com o trabalho na percussão, tudo muito encaixado e bem sintonizado com a harmonia. Aliás, a harmonia é outro show a parte.Como ter dois violões de 7 cordas e um piano e o som não soar embolado? Isso se deve aos excelentes músicos que estão no palco. Vitor Araújo no piano dispensa apresentações, e nos violões: Vinicius Sarmento e Rodrigo Samico.
Dentre as canções que se seguem estão: Tem Mais Samba, que dá nome ao primeiro DVD do grupo, Quem Te Viu Quem Te Vê, Geni e o Zepellin, Partido Alto, Pelas Tabelas, Caçada, A Volta do Malandro, Brejo da Cruz, Apesar de Você, entre outras. Os destaques vão para o maravilhoso arranjo do Hino de Duran, a versão sambão de Roda Viva, a divertida história da turnê da banda em Mambembe e a boa percussão em A História de Lily Braun.
Ainda tenho mais duas ressalvas sobre o show: A magnífica interpretação de La Valse d'Amelie do compositor francês Yann Tiersen feita por Vitor Araújo na introdução de João e Maria e o arranjo feito "no palco" de Construção, com direito a esquecimento da letra e tudo mais pelo Tibério Azul, vocalista do grupo.
Por falar em Vitor Araújo e Tibério Azul, os dois fazem uma grande dupla e percebe-se facilmente a ligação entre ambos. Momentos de carinho e divertimento trazem a tona esta amizade.
É impressionante como a banda consegue popularizar ainda mais Chico Buarque, levando centenas de jovens e adolescentes à despertar para obra deste compositor que teve sua época áurea nos invernos da ditadura militar. E o resgate desta obra é sempre bem vindo. Mas não só adolescentes e jovens eram vistos na platéia. Haviam muitos senhores e senhoras também que ao final do show aplaudiram de pé aquela que é hoje uma dos maiores bandas intérpretes de Francisco Buarque de Hollanda, Seu Chico!
Obs. Os videos foram feitos por mim mesmo através do celular, por isso desculpem a qualidade.